Onde tudo é permitido. Menos a dor. Ocupamos-nos e nos relacionamos com o outro a todo o momento. Ou não. E renegamos o sentimento. Achamos-nos intocáveis. Inabaláveis. Deixar de lado todas nossas preocupações e mágoas para entregarmos-nos somente ao prazer. Só isto é válido. Fingir que está tudo bem. Estamos bem e nada nos atinge. Tentar esquecer o mais profundo de nossos pensamentos. A sensibilidade humana renegada em favor da razão. E neste processo tornamos-nos cada dia “menos humanos”. Ou humanos piores. Percebemos o universo como se tudo fosse possível. Que estamos sempre certo. O errado não existe. Tudo pelo prazer. A dor não é permitida. É só tomar a pílula mágica. Para dormir. Para comer. Para esquecer. Para lembrar. Esquecemos que a dor é tão fundamental quanto qualquer outro sentido. Faz parte do processo de humanização do ser. Não me sinto capaz de esquecer, fingir que não existiu, que não aconteceu. Os pensamentos ainda se remoem em minha mente. E negar isto é negar meu ser. Onde tudo no dia a dia passa tão rápido. Nossos sentidos se ocupam de tanta coisa que não podemos perceber. Outdoor. Carros. Panfletos. Cartazes. Buzinas. Propagandas. Televisão. Computador. E a cada ação inanimada do mundo o nosso corpo reage. E sem nos darmos conta dos excessos. Tornamos-nos frígidos. Os sentidos pelo qual nos relacionamos com outro ser humano, qual é o seu? As relações se tornam tão voláteis. Tudo é tão superficial e passageiro. E o sentimento? Algo que tanto prezo. Renegamos de nossas mentes. Como se não existisse. Não quero pensar nisto. Não quero sentir. Não quero dor. Não quero sofrer. Não quero morrer. Quero esquecer. Quero esquecer. Sou inatingível. Eu! Tudo é tão insólido. Insatisfeito. Breve. Esconder no fundo do baú nossos medos é fingir que somos super-heróis. Não a dor. Não ao medo. Não ao erro. Estamos sempre certo. E nessa certeza tudo se torna tão frágil quando descobrimos que outro jeito é possível. E o que era tão sólido se desmancha no ar com tanta facilidade. Vamos continuar em nosso pedestal. Porque temos medo de cair. E sou incapaz de reconhecer a nobreza de se levantar. Ficamos tão abitolados em nossa prepotência. Somos auto-suficientes. E nos enterramos em nosso próprio orgulho. Escondemos-nos em nossos casulos. Sem saber a beleza de voar. Sem perceber vamos atrofiando como ser humano. Medíocres, pequenos. Eu. Negando a própria fragilidade humana. Da carne. Do sangue. E isso é ser humano? Humano pós-moderno.
Cansei
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Não sei o que espero disso aqui.
Pareço um urso com a pata presa em uma armadilha.
Isso aqui não me faz bem nem me traz sossego.
Há 3 semanas
2 comentários:
Sim, Sim! serei a primeira!
Que linda estréia meu amor.... Lindas palavras.
Em relação ao trabalho dos Yanomami, foi realizado aqui na Ufam através da matéria de Antropologia Cultural. Ainda está rolando... cada grupo escolheu uma etinia. O meu por acaso foi Yanomami, fizemos muitas entrevistas, pesquisas, conhecemos pessoas da tribo indígena,mas não tivemos o prazer de ir lá pessoalmente. Por fim o trab. ficou maravilhoso, muito elogiado. Um dia desses te mandarei as fotos.
Bjão
saudade
te amo
tenho algumas dúvidas.....
vc restringiu o seu blog? Será que tem limite d pessoas, ou quem só pode ver é quem tbm tem? kkkkk
como vc colocou este link do meu aí em baixo?
E Elisa porque eu não consigo entrar no seu?
Pegou mal essa...
e poxa eu estava crente que eu era a primeira..... mas tudo bem.
ufa! é isso... tire minhas dúvidas
bj
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