quinta-feira, 30 de abril de 2009

Auguste Rodin

Auguste Rodin - Andromeda

terça-feira, 28 de abril de 2009

Auguste Rodin

Auguste Rodin - Torso de Adèle (1882).

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Gustav Klimt - The tree of life - 1909
20 anos recolhidos

chegou a hora de amar desesperadamente
apaixonadamente
descontroladamente
chegou a hora de mudar o estilo
de mudar o vestido
chegou atrasada como um trem atrasado
mas que chega

(Chacal)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quase diário fantasiado pelo alterego ou Diálogo tentando conciliar id e superego

É tudo que eu preciso, um papel, uma caneta e um cigarro. Daí me lembro do aeroporto de São Paulo, e toda aquela nostalgia barata de ter viajado. Aquele sol aquecendo o corpo, nada além do corpo, e eu empenhada em fumar um cigarro, um desejo de um abraço e nada a minha frente (ou tanto concreto que chegava ao nada). Talvez um pouco mais pragmática. A objetividade é extremamente necessária aos loucos que se perdem tão fácil na dura realidade. Restaram lembranças, nada além de lembranças e meu corpo, com aquele cigarro barato que além de nostalgia me provocava náusea. De me empenhar a fumar, foi o que restou das lembranças de saber que sou latina. Latida, latente. Agora vou aprender a cantar. Quem canta não pode ser infeliz. Serei uma a(u)(r)tista completa, me aventurei nas artes práticas, escrita, e agora canto. Só na arte do amor é que me fodo. Mas também não dá pra ter tudo na vida, sou uma boa jogadora de buraco, e sabe como dizem: “sorte no jogo, azar no amor”. Lá se vai mais um com o coração partido. Não, espere! Aquele ali é um espelho. Pra cada dedo indicador apontado, outros três apontam pra você mesmo. É mais fácil amar uma ilusão do que a dura realidade. Sou a desengonçada tentando eternamente ajeitar a vida, não por opção, mas por não saber lidar com o cotidiano dos bancos mercenários, do concerto das máquinas, da burocracia de ser empregada, das monografias desafinadas, e por ter perdido metade da minha memória no meio do caminho (desmesmoriada por genética). Não sou lésbica, não sou puta, não sou drogada, mas por me simpatizar com eles e talvez respeitar tudo isso, acabo me tornando um deles. Deslocada do mundo que exige um pragmatismo que não consigo alcançar por ser desengonçada. Voltando ao aeroporto de São Paulo, tudo se resume ali, naquele sol e eu sozinha esperando algo que não sabia bem o que e como viria. Veio. Veio a vida é claro, inevitável. Estava voltando pra casa de um mês de viajem pela américa latina e tudo voltaria a ser como antes. Ter a liberdade tão desejada por todos não é fácil, carregar a cruz dos outros nunca é fácil, extravasar a loucura dos outros nunca é fácil (mas o mundo precisa de Jesus Cristo). Queria ser normal, já se foi, alguma coisa perverteu meu caminho, acho que ainda na barriga de minha mãe. Não quero ser hedonista, quero respeitar meus limites. Mas no aeroporto de São Paulo eu podia sentir que tudo era possível. E sempre restam lembranças. Não sei acabar este texto, porque a vida continua, e por ser demasiado pessoal, eu continuo a vida, meus amores insensatos, minha constante busca por pragmatismo, minha monografia interminada e eu aqui na fila do banco esperando horas pra ser atendida pra poder pagar minhas dividas. Minha senha chegou, levanto atordoada, catando caneta e papel e procurando meus óculos pra saber qual mesa deveria me dirigir. A moça atrás do balcão me sorri simpática e eu descomposta, meu caso não é tão grave assim. Mas eu agoniada: “fecha tudo moça, encerre todas as minhas contas” – ela ri. Eu definitivamente não sei mexer com isso. Por vezes perco minha caneta em meu cabelo e saio a procurar – “onde está a caneta que estava agora pouco aqui meu deus, me ajuda a procurar” – pra meia hora mais tarde encontrá-la prendendo meus cachos que agora não são mais tão cacheados assim. Tudo bem eu assumo minha culpa, mas tenho pavor de quem não assume a própria culpa, nada mais covarde. E agora eu tenho que carregar minha casa em minha bolsa por ter que passar o dia inteiro resolvendo pepino (quem inventou essa gíria?), mas tudo bem, eu sobrevivo à pão na chapa. Só preciso de um papel, uma caneta (e agora um cigarro) pra reinventar meu mundo.

Renoir

Renoir

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Kurt Gebauer

Girl Running - Kurt Gebauer

Eu tenho uma teoria: quem canta não pode ser infeliz


IANSÃ
Intérprete: acho que é uma tal de Rita Ribeiro
Compositor: Gilberto Gil e Caetano Veloso
ps: prefiro a versão de Maria Bethânia no disco Drama, mas não tinha no youtube.
"Para onde vai a minha vida e quem a leva?
Porque eu faço sempre o que não queria?
Que destino contínuo se passa em mim na treva?
Que parte de mim, que eu desconheço, é que me guia?"

Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Eu sou o céu para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim, dentro de mim

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Portinari


Candido Portinari