quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Van Gogh

Vincent Van Gogh - Starry Night, 1889

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Onde está a Camila?

Da esquerda pra direita: parte em pé: rodrigo, não lembro, não lembro, thiago brumatti, thiago silva (tiaguinho), esqueci o nome, tiagão, eduardo
Da esquerda pra direita: parte sentada: larissa, não lembro, carol zoiuda, paula, a menina que foi mordida pelo macaco, não lembro, eu, não lembro, não lembro, pat e ana carolina

Quando vi isso não tinha como não postar, e só em pensar que a maioria desse povo continuou estudando comigo até o 3º ano e outros ainda mantenho contato....


Supertramp - The Logical Song



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O mundo das crises: uma análise miscelânea Camilana

Recentemente li uma pesquisa no DATA-FOLHA traçando o perfil da juventude hoje. Um artigo em especial, de um psicanalista chamado Contardo Calligaris, me chamou a atenção: A adolescência acabou? Sem nostalgias baratas, conservadoras e burras, não é esta intenção deste texto.
Nasci em 1984, e penso que se eu pudesse traçar uma marco na história do Brasil escolheria este ano. 1984 foi o ano-marco para a redemocratização do país, ano que marca a transição da ditadura para a democracia, ano de luta (?), ano em que ocorreu as Diretas Já, ano do livro de George Orwell (rs), muito atual naquela época e hoje (quem não leu vale a pena, é um clássico).
Ano de luta? Pois bem. Nasci em meio a esse furduncio e todo rearranjo da organização do sistema político, social, econômico, cultural, etc. e tal do país. Uma nostalgia de luta e um sistema voltado para o conhecimento matemático me acompanharam durante toda minha estadia no sistema educacional. De um lado alguns professores de história relembrando as lutas e conquistas dos movimentos que pediam a democratização do país e dizendo que os jovens, no caso nós, éramos o futuro do Brasil (quanta responsabilidade, hein?). E de outro lado, cinco aulas de matemática por semana, além de física e química e apenas três de história e três de geografia que se dividia em geo-física e geo-política. Enfim, de acordo com essa estruturação do sistema educacional, pra mim, me parece claro que a educação básica não estava voltada para o aluno pensar e refletir sobre sua realidade.
Mas essa angústia em meu peito, de uma história de luta e conquistas dos movimentos sociais me fascinavam, talvez por isso tenha escolhido fazer o curso de ciências sociais. Lembro-me bem de um professor de química, que vez o outra encontro nos corredores da UFES, fazer um questionamento em sala de aula sobre porquê o mapa do mundo se posicionava daquela maneira se de acordo com o espaço não há referencial que indique que o norte é para cima e o sul para baixo. Aquilo ficou encafifado na minha cabeça por um bom tempo, tanto que comento aqui.
Mas como em tudo na vida existem porém’s. Tudo bem, ficamos sabendo que Betinho Souza, Henfil, Darcy Ribeiro, Zuzu Angel e os tropicalistas Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, lutaram pelo direito da democracia e o direito de vender seus livros e discos e enterrar seus filhos. Mas a minha mãe e o meu pai não sabem de nada disso, assim como a mãe e pai de muitos amigos, e a minha avó nem sabe o que é ditadura.
Outro porém, acreditava-se que a democracia resolveria os problemas do Brasil, andava-se com um livro de Marx em baixo do braço e se diziam socialistas ou comunistas sem nunca terem lido uma página sequer do O Capital, e os que liam transformavam idéias grande em medíocres por serem pequenos, afinal era bonito ser socialista naquela época.
O mundo se mostrou mais complexo do que o direito de se vender livros e discos, ficou mais complexo entender em que realmente consiste a democracia, a realidade se mostrou mais complexa em relação as desigualdades sociais (afinal é só uma questão social? e o psicológico? e a história? e a política?)
De repente todos exigiam seu lugar ao sol, exigiam seus direitos, negos, brancos, pardos, indígenas, orientais, homossexuais, gays, lésbicas, transexuais, travestis, bi’s, hetros, os evangélicos, da quadrangular, universal, maranata, os candomblés, umbandistas, macumbeiros, cardecistas, católicos, ateus, os emos, punks, sertanejos, rockeiros, as putas e as carolas, os nordestinos, sulistas, e eu. E o direito de ser de direita, porque não? Um aluno me perguntou em sala de aula se uma pessoa não teria direito de ser racista desde que não fizesse mal a ninguém (essa doeu pra responder, afinal o menino tinha uma dose de razão).
Enfim, democracia hoje é um pouco isso, os religiosos se candidatando a cargos políticos em favor da moral e valores cristãos, os neo-nazistas se reunindo e defendendo a supremacia branca, pessoas defendendo a não legalização do aborto enquanto mulheres morrem ou fazem abortos de risco em clinicas fajutas ou com remédios em casa mesmo, ou se possuem dinheiro pagam absurdos. Democracia é um pouco ter direito de colocar silicone, botox, fazer plástica, ser loira ou morena. Mas e o coletivo, onde é que fica mesmo?
Enfim, mas e a juventude? Segundo o artigo de Calligaris, a rebeldia, que por tempos foi associada à juventude, não existe mais (ou talvez nunca tenha existido), o jovem hoje quer saber de trabalho, saúde e família, um emprego em que ele possa ter a próprio casa, sustentar sua família e todo ideal burguês, e um carro com som (aparentemente para poder ficar ouvindo música enquanto o mundo pára por conta do engarrafamento, [nota da autora]). Mas e o coletivo, onde fica mesmo?
Não, não tenho nostalgias, as gerações anteriores também cometeram suas falhas, e as de hoje pensam no próprio umbigo. E eu penso que o maior vitorioso nessa história é o capitalismo. Afinal ser rebelde hoje é andar de all star de 60 reais, camiseta de Che Guevara de 120 reais, óculos estilo Raul Seixas de 400 reais, e um carrinho velho de 16 mil, mas afinal, a liberdade não tem preço, use master card e parcele tudo em cinco vezes.
E eu aqui não posso nem desejar que os Estados Unidos da América se foda porque a gente acaba se ferrando junto. Ainda tenho que engolir que o mundo todo se mobilizando em favor de um país que promove guerras, mata seu próprio presidente e Martin Luter King, subjuga os pais mais fracos economicamente em favor da democracia capitalista para que todos possam ter o direito de comparar all star e comer um hambúrguer do Mac Donald, um merda de país que tem que ser engolido goela abaixo com um presidente terrorista que me provoca náusea.
Mas quer saber, uma parte de mim quer que o mundo entre em colapso mesmo, para que pelo menos possamos repensar toda a estrutura e forma de organização mundial. Vivemos e ainda louvamos instituições falidas como se fossem verdades absolutas ou única forma de conceber e organizar o mundo. Infelizmente a história já mostrou que só nos momentos de crise repensamos e refletimos nossos valores e instituições como família, escola, política. Meu único medo é que os evangélicos dominem o mundo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pour mon Dom Quixote

Dom Quixote e Sancho Pança, por Pablo Picasso


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre a (in)existência da verdade

Le Café Français
(Jean-Pierre Giacardy)

O café nunca foi francês nem brasileiro, o café é das cabras. Acharam, comeram e foram dançar há alguns séculos atrás na frente de um pastor da Etiópia:Revelaram para gente o produto. Os árabes chamaram de Kawa e em Alexandria lá no século X lançaram um tipo de estabelecimento batizado do mesmo nome: café. O produto era bom, além de fazer dançar as cabras, ele fazia pensar os homens e os homens que pensam fazem evolução. O café traz na história dele encontros e palavras; estas palavras que querem mudar o mundo; essas palavras interditadas por aqueles que pensam no lugar dos outros, aqueles que pensam que a gente não pensa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Como Dois e Dois

(Caetano Veloso)



Quando você
Me ouvir cantar
Venha não creia eu não corro perigo
Digo não digo não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias tristezas e brinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você me ouvir chorar
Tente não cante não conte comigo
Falo não calo não falo deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo
Tudo mudou não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Cinco!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Você em Mim

The embrace - Gustav Klimt


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Caju


(Cajuína - Caetano Veloso)


segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Marc Chagall



















































































1. Lovers in a Red Sky, 1950.
2. La Danse,1950-52 .
3. The Birthday, 1915.
4. Os amantes azuis, 1916.
5. Promenade, 1917.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Em nome de Deus



Eu nunca pensei que pudesse querer
Alguma mulher como quero você
Se o mago soubesse
Juntasse o meu nome em S
Ao seu nome em C
Nas cartas de todo tarot que houver
Em todo o
I-Ching eu podia não crer
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Não dá pra não ver
Mas tudo é tão verde em seus olhos
Você que se esconda, que eu vou procurar
Você nem se iluda, que eu vou lhe encontrar
Você pode ir e sair e sumir por aí
Que não vai se ocultar
Eu vejo seu rastro onde ninguém mais vê
Eu pego carona até na Challenger
E vou nos anéis de Saturno buscar por você
E vou nos anéis de Saturno
Sem ser João Batista, você batizou
Meu corpo na crista das ondas do mar
E aí me abriu feito ostra
E colheu minha pérola pra Yemanjá
Agora que estou à mercê de sua luz
Em nome das águas lá de Bom Jesus
Em nome de Deus, me carregue
Me pregue em sua cruz
Em nome de Deus, me carregue

(Sérgio Sampaio)

terça-feira, 29 de julho de 2008


Gian Lorenzo Bernini - Anima Dannata , 1619

terça-feira, 22 de julho de 2008

Quero ecoar silencio

O Beijo - Gustav Klimt



segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sobre a Liberdade


Walter Firmo - Abstrato Extrato

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Camille Claudel

O Abandono, 1905


La Valse


Sirènes


Hoje eu quero uma pausa de mil compassos...

agora, mais tarde e neste inverno.

sábado, 24 de maio de 2008

Dia Nacional do Café

Le Café Français
O café nunca foi francês nem brasileiro, o café é das cabras. Acharam, comeram e foram dançar há alguns séculos atrás na frente de um pastor da Etiópia:Revelaram para gente o produto. Os árabes chamaram de Kawa e em Alexandria lá no século X lançaram um tipo de estabelecimento batizado do mesmo nome: café. O produto era bom, além de fazer dançar as cabras, ele fazia pensar os homens e os homens que pensam fazem evolução. O café traz na história dele encontros e palavras; estas palavras que querem mudar o mundo; essas palavras interditadas por aqueles que pensam no lugar dos outros, aqueles que pensam que a gente não pensa.
(Jean-Pierre Giacardy)
Somente aos apreciadores da cafeinha!!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Dois poemas em Um

Monet - On the Beach 1873; Musée d'Orsay, Paris



(



Monet Painting in His Floating Studio 1874; Bayerische Staatsgemaldesammlungen, Munich

Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

Vincent Van Gogh - Cafe Terrace at Night




Marlos,
Tudo que é bom e perfeito de se dizer já foi escrito
Todos os sentimentos intraduzíveis,
foram declamados por grandes poetas
Não há mais nada a ser feito ou dito
Nos sobrou as conversas de boteco
Ainda assim,
podemos apreciar belas paisagens e poemas,
ainda podemos nos mo-ver em quadros em movimento.
Ainda que,
Tudo que exista e não possa ser explicado
tenha sido articulado por atrevidos poetas.
Então façamos silêncio.
Vamos versar nosso deslumbramento.
Vamos nos calar e contemplar
As ondas e os barcos em sua tranqüilidade e risíveis movimentos.
Vamos apreciá-los enquanto não se encontram em molduras
.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nós precisamos de um instinto coletivo!

Estou aqui para expressar toda minha indignação com o fato de ficar uma hora no ponto de ônibus com o braço esticado pedindo carona e nenhuma boa alma com carro parar, nem ao menos um para perguntar para onde eu iria.
Puta que pariu! será que esse povo que tem carro não sabe que os ônibus da Grande Vitória estão em greve, e que nesta manhã não rodou sequer um ônibuzinho, nem um lotado. E também não veio nenhuma peruinha clandestina pra me salvar!
Odeio essa cultura capixaba de merda que acha que dar carona é perigoso, mesmo se você estiver num ponto de ônibus, sabendo que o transporte coletivo está em greve e precisando ir trabalhar!!!!
Graças a uma boa alma no ponto que o marido veio buscá-la e por sorte passavam para onde eu me dirigia, consegui uma carona aos trancos e barrancos, num banco molhado porque no dia anterior ele deu uma carona pra vizinha que estava em trabalho de parto e deu a luz lá mesmo!!! Cheio de liquido amniótico! Que maravilha hein?... Mas cavalo dado não se olha os dentes!!!
APELO: VOCÊS QUE POSSUEM CARRO, DEEM CARONA!!! NÓS NÃO VAMOS TE ASSALTAR!!! SÓ QUEREMOS TRABALHAR

terça-feira, 6 de maio de 2008

sábado, 3 de maio de 2008

Portinari

Portinari - Mestiço, 1934

quinta-feira, 27 de março de 2008

Manicômio

(Ao menino dos olhos claros,
somos loucos para não pirar.)


- E ai como vai a vida?
- Um caos
- É isso mesmo, não pode deixar a peteca cair. Se a vida quiser estabilizar você arruma um problema, um questionamento filosófico, brigue com sua família, seus amigos, qualquer coisa para não voltar a estabilidade e monotonia. Afinal uma vida muito certinha não combina com você.
Um trago na cachaça
Dois tragos no cigarro
- Acho que sofro de transtorno bipolar!
- Não é que você sofra de transtorno bipolar, é que você gosta de emoções intensas e extremas. Quando você está muito feliz você aproveita bastante, curti todas, mas quando está triste você gosta de curtir a melancolia para se recolher e pensar sobre a vida. Isso é bom.
- Por isso que eu gosto de ter amigos inteligentes com vocações psicanalíticas, me entendem melhor do que eu.
Dois tragos na cachaça.
Três tragos no cigarro.
- Nossa olha quanta estrela cadente!!!
- Tá doido? Isso é chuva. Você tem que parar de usar essas drogas que as enfermeiras te fazem engolir. E também acho que você não deve mais freqüentar as seções de eletrochoque.
- Porra de maldito mundo!!!
Três tragos na cachaça.
Quatro tragos no cigarro.
- Nossa hoje eu vi um quadro de Salvador Dali maravilhoso, me apaixonei. Parece com umas alucinações que tenho ultimamente.
- Você e essa maldita mania de inventar paixões! Paixão por música, paixão por literatura, paixão por mosaico, paixão por desenho, paixão por pintura, paixão por política. Nada que dá dinheiro.
- “Porra pai, onde o senhor estava na minha primeira infância que não me ensinou o valor do suor do trabalho, o valor de sacrificar a juventude, a vida adulta e uma parte da velhice para que ‘eles’ pudessem lucrar em cima de todo meu esforço e labor, o valor de me trancafiar em um escritório no mínimo oito horas por dia, ouvir desaforo do chefe, ganhar um salário de merda que não paga nem o plano de saúde e a cerveja. Agora veja no que me tornei, um louco fora do mundo!”
Quatro tragos na cachaça.
Cinco tragos no cigarro.
- Louco? Você? Imagina!Louco é esse maldito mundo de poses e farsas, de valorização excessiva ao corpo em que o tamanho do bispes e da bunda valem mais do que o tamanho do cérebro. Loucura é a anorexia, a bulimia. Loucura é tomar remédio pra dormir, pra acordar, pra ficar feliz, pra esquecer, para não sentir fome. Loucura é viver de fachada, é arranjar explicação racional pro sentimento, é mentir para si e achar que é verdade. Louco é esse mundo de violência exacerbada, é matar uma prostituta a paulada, é bater com uma barra de ferro no cara que bateu no seu carro, é torturar um ser humano e achar que está educando, é se suicidar com uma faca de plástico num presídio. Loucura é enfrentar duas horas de engarrafamento e não querer abrir mão do seu carro em favor do transporte coletivo. Loucura é pobre ser de direita. Loucura é proibir o aborto, o uso da camizinha, que livre arbítrio de cú é rola. Loucura é essa insônia coletiva, essa angústia infinita.
- Pois é, louco é aquele que chama Van Gogh de louco. Só porque o cara cortou a orelha. A verdade é que neste ato, ele queria transmitir toda essa apoteose pós-moderna de resignifacação da vaca passando pela transvaloração do ser em si mesmo com o uso de imagens friamente calculadas instrumentalizando todo um acaso expandindo o senso de mudança conceituando a instabilidade e burlando a realidade dissolvendo o concreto em água. O cara era um gênio! Se pelo menos eu tivesse nascido gênio poderia ficar satisfeita, mas não, me fizeram medíocre. Estou fadado a morrer sendo um rosto desconhecido na multidão.
Cinco tragos na cachaça.
Seis tragos no cigarro.
- Vixe! A chuva está aumentando... está alagando tudo! É o apocalipse!
- Que nada, é só mais um governo que não se preocupa com a infra-estrutura das grandes cidades. O mundo vai acabar mesmo é em fogo!


Goya - Saturno, 1820-1823 (óleo sobre tela, Madrid, Museo del Prado)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ira no seu aniversário quero te desejar o mundo



Moça com brinco de pérola ou mulher com turbante, 1665 - Vermeer

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Klimt




Danae, 1907-08 - Gustav Klimt

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Alexei von Javlenski


"Retrato de Mulher" - Alexei von Javlenski